A resistência a antibióticos é um dos maiores desafios da medicina moderna. Com o aumento do uso indiscriminado de antibióticos, uma variedade de microrganismos, incluindo bactérias, tem desenvolvido mecanismos complexos para sobreviver à ação desses medicamentos. Para entender a resistência a antibióticos, é crucial explorar as bases genéticas que sustentam esses processos.
O que é Resistência a Antibióticos?
Resistência a antibióticos refere-se à capacidade de um microrganismo de sobreviver e proliferar na presença de uma substância que normalmente seria letal. Essa resistência pode ocorrer de forma natural ou adquirida. A resistência natural é uma característica inerente de algumas espécies, enquanto a resistência adquirida resulta de mutações genéticas ou aquisição de genes de resistência de outros microrganismos.
Mecanismos de Resistência
A resistência a antibióticos se manifesta através de vários mecanismos, que podem ser classificados em três categorias principais:
- Alteração da Barreiras de Permeabilidade: Muitas bactérias possuem membranas celulares que atuam como barreiras. Alterações na permeabilidade podem impedir que antibióticos penetrem na célula bacteriana. Por exemplo, certas cepas de Pseudomonas aeruginosa e Escherichia coli desenvolveram mutações que reduzem a expressão de canais de entrada, dificultando a passagem de antibióticos.
- Modificação do Alvo: Os antibióticos geralmente agem em alvos específicos dentro da célula bacteriana, como ribossomos ou enzimas. Alterações genéticas podem resultar em modificações de estrutura desses alvos, tornando-os menos suscetíveis à ação do antibiótico. Um exemplo clássico é a meticilina, que não é eficaz contra algumas cepas de Staphylococcus aureus devido a alterações na proteína de ligação penicilínica.
- Ativação de Bombas de Efluxo: Algumas bactérias possuem sistemas de efluxo que expulsam antibióticos da célula antes que eles possam exercer seu efeito. Genes que codificam essas bombas podem ser adquiridos através de plasmídeos, proporcionando resistência a múltiplos fármacos. A Klebsiella pneumoniae, por exemplo, pode utilizar bombas de efluxo.
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